segunda-feira, 25 de maio de 2009

Colégio municipal infestado de pulgas em São Gonçalo continua fechado

Cidades

Publicado em 10/03/2009


Luiz Gustavo Schmitt

Alunos do Colégio Municipal Luiz Gonzaga, no bairro Estrela do Norte, em São Gonçalo, infestado por pulgas desde segunda-feira, perderam mais um dia de aula, ontem. Embora a Prefeitura tenha afirmado que as aulas, suspensas desde segunda-feira, seriam retomadas ontem pela manhã, o colégio permaneceu fechado, enquanto funcionários da empresa contratada para fazer a dedetização trabalhavam nas dependências da unidade.

Os estudantes terão de ter paciência, pois as aulas estão previstas para voltar somente amanhã e, segundo a Prefeitura de São Gonçalo, serão compensadas com sábados letivos.

Uma professora do colégio, que preferiu não se identificar, também disse ter de dividir espaço com outros insetos nas dependências da unidade.

"Eles já deviam ter feito dedetização muito antes das aulas começarem. Na semana passada, matei cinco baratas em uma sala de aula", disse.

O aposentado Jonas Leôncio, de 75 anos, se disse indignado com o fato da neta dele, Leslane da Silva, de 9 anos, aluna da 3ª série, continuar sem aula.

"É mais um dia em casa e sem explicações. Ficamos sabendo que não haveria aula por um vizinho", disse Leôncio, que também reclamou das instalações do colégio, que seriam inadequadas.

"É um absurdo esse colégio funcionar nesse estado precário, sem ao menos haver condições sanitárias adequadas. O pior é que ficamos preocupados com as crianças porque as pulgas transmitem doenças", disse.

Leslane também confirmou a presença de insetos no interior do colégio.

"Não gosto dessa escola. Está suja e cheia de baratas. Os banheiros não têm papel higiênico. Não temos nem quadra de esporte para brincar", disse.

Perigo – De acordo com o pesquisador do Instituto Ficocruz, Raimundo Wilson de Carvalho, as pulgas transmitem uma infecção do grupo da febre maculosa chamada ricketsiose, que pode até causar a morte.

"O agente causador é a ‘Rickettsia Selis’, e os sintomas são próximos da febre maculosa: febre, calafrios, tremores, dor de cabeça, náusea, erupções na pele (feridas próximas aos locais das picadas). Esses são alguns dos sintomas mais comuns, mas há que atentar para outros sintomas. As pessoas devem ficar atentas a eles por 18 a 20 dias. Os casos mais graves estão associados ao retardo do diagnóstico, quando o doente já está com o sistema imunológico comprometido e acaba correndo risco de morte", explicou.




O Fluminense

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