segunda-feira, 25 de maio de 2009

Centro de Niterói vai ganhar hospital público de emergência

Publicado em 19/04/2009


Luiz Gustavo Schmitt





Sobrecarregado desde que o Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap) deixou de receber "demanda espontânea" (pacientes levados pelos bombeiros ou pela Central de Regulação), o Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no Fonseca, deixará de ser um hospital de referência para o atendimento de emergências em Niterói e terá um novo perfil de atendimento. De acordo com o secretário estadual de Saúde e Defesa Civil (Sesdec), Sérgio Côrtes, para esse fim será construído um novo hospital estadual - com a mesma capacidade instalada, com cerca de 300 leitos - onde, atualmente, se encontra o antigo prédio do Hospital Santa Mônica, na Rua Marquês do Paraná, no Centro, que assim como o governador Sérgio Cabral Filho havia anunciado, em fevereiro, será desapropriado.

"O Heal não pode ser mais um grande hospital de emergência. O prédio envelhecido tem uma estrutura inadequada às novas normas da Agência de Vigilância Sanitária, que hoje exige espaço mais amplo e acessibilidade para deficientes, por exemplo. Para adaptá-lo seria necessário fazer um investimento muito alto, que acaba sendo inviável financeiramente", explica Sérgio Côrtes.

Segundo o secretário, a descoberta do prédio do Hospital Santa Mônica caiu como uma luva diante da falta de terrenos disponíveis nas zonas centrais de Niterói.

"Apesar do prédio estar totalmente destruído por dentro, o importante é que já tem estrutura hospitalar: enfermarias, centros cirúrgicos, etc", enfatiza.

Nos próximos dias, a Procuradoria Geral do Estado deve fazer a avaliação para definir o valor da edificação. No segundo semestre do ano passado, o prédio foi posto à venda pela incorporadora Sergio Castro Imóveis, por R$ 18 milhões. Na época, o montante pago pelo comprador teria cerca de R$ 9 milhões em dívidas da antiga unidade de saúde. Questionado sobre o valor pedido para a compra do prédio, Côrtes disse achar um valor alto.

"A única coisa que daria para aproveitar seria a estrutura física. Não acredito que possa valer isso tudo. Mas quem tem que dizer isso é a Procuradoria", diz Côrtes.

Capacidade reduzida no Azevedo Lima

Sérgio Côrtes garantiu que o Heal, que atende atualmente 90% dos casos de emergência de Niterói, além de ser de grande importância para os municípios da Região Metropolitana, como São Gonçalo e Itaboraí, não será fechado.

"A ele será dado um novo perfil que ainda está sendo discutido. Mas o que podemos dizer é que a capacidade instalada será reduzida", afirma.

O secretário de Saúde de Niterói, Alkamir Issa, gostaria que o Heal se tornasse um hospital de internação de pacientes clínicos.

"Seria o que chamamos de hospital de retaguarda, que serve para dar suporte às unidades de emergência, que poderiam internar seus pacientes lá. Desse modo, poderíamos esvaziar as emergências da cidade", diz Issa.

"Acho que esse hospital tem uma posição estratégica por estar próximo de outros municípios da região. Tendo em vista o advento do Complexo Petroquímico de Itaboraí, que provocará um inchaço urbano na Região Metropolitana. Por isso, defendo que seja regionalizado. Entretanto, isso ainda tem de ser discutido para toda a Região Metropolitana", completa.

Assim como O FLUMINENSE antecipou na edição de 29 de março, Niterói vai receber mais R$ 1 milhão do Ministério da Saúde (MS) para a conclusão das reformas do Hospital Municipal Carlos Tortelly e da Policlínica Francisco da Cruz Nunes, no Largo da Batalha. Segundo Côrtes, faltaria apenas trâmites burocráticos para o repasse da verba.

"Como não existe mecanismo para que o Ministério repasse diretamente esses recursos, o Governo Federal vai liberar o dinheiro para o Estado, mas já ‘carimbado’ para Niterói. Para isso, terá de editar portaria com especificação de que os recursos são de Niterói", explica Côrtes.

Manutenção da rede de saúde

Os prédios do antigo Hospital Santa Mônica, com três blocos interligados, sendo cada um com seis andares, pertencem a um espólio da família Raposo, muito tradicional em Niterói. O hospital já foi uma maternidade de referência no Estado do Rio e a principal da cidade de Niterói. Era conhecida por contar com uma boa infraestrutura e equipe médica. No entanto, acabou falindo e sendo alvo de disputa judicial.




O Fluminense

Um comentário:

RENATA disse...

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