terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Jorge Roberto Silveira vistoria obras de infraestrutura de Niterói

Cidades

Publicado em 05/01/2009


Luiz Gustavo Schmitt

O prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira, inspecionou, ontem, em tom de lamentação, as principais obras de infraestrutura da cidade. Depois de seis anos fora do governo municipal, Jorge teve de rever alguns projetos da época de sua gestão ainda inacabados. Dentre eles, o Museu de Cinema BR, em São Domingos, e o Caminho Niemeyer, no Centro. Na Praça Leoni Ramos, em São Domingos, se indignou diante dos dois anos passados e as obras ainda sem conclusão. Na Alameda São Boaventura, no Fonseca, prometeu conversar com o Governo do Estado para acelerar o andamento do corredor viário.

Acompanhado do vice-prefeito José Vicente Filho, do presidente da Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (Emusa), José Roberto Mocarzel, e do secretário de Planejamento e Caminho Niemeyer, Selmo Treiger, Jorge se inteirou dos novos desafios e gastos que seu governo terá de enfrentar.

Ele fez questão de levar o secretariado e a imprensa, todos juntos, em um microônibus, onde adiantou que o primeiro "problema" de seu governo começará a ser resolvido em dois dias. O salários dos servidores da administração direta devem começar a ser pagos na quarta-feira e não mais no dia 15, como havia sido estipulado anteriormente. O montante, de R$ 5 milhões, será arrecadado com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

"Achei que fosse levar mais tempo. Mas conversei com a Secretaria de Fazenda e eles me garantiram que poderemos antecipar. Vamos começar a fazê-lo já em dois dias úteis", disse Jorge, que mais uma vez lembrou nunca ter atrasado os salários dos servidores em suas gestões anteriores.

Surpresa

Na Praça Leoni Ramos, em São Domingos, foram constatados problemas na colocação dos paralelepípedos, que terá de ser refeita. Jorge se disse surpreendido com as condições do local e prometeu concluir as obras em no máximo 10 dias.

"Não percebi quase mudança nenhuma por aqui. Como foi possível demorar dois anos? O projeto terá de ser refeito e deve levar entre uma semana e 10 dias", garantiu o prefeito.

Questionado sobre o valor necessário para dar cabo do projeto, ele ironizou a gestão anterior.

"Esta obra já foi paga umas duas ou três vezes", disse.

Mais uma vez o prefeito descartou a ideia de reativar os bondes de Niterói.

"Fazer o bonde hoje seria uma fortuna. Os trilhos estão aí, mas seria muito caro. Custaria em torno de R$ 1,5 milhão. Acho que a cidade tem outras prioridades", disse.

Computadores são roubados

No Caminho Niemeyer, foram encontradas mais irregularidades. De acordo com o governo municipal, além de problemas nas estruturas e falta de conservação, há também registro de roubo de equipamentos, dentre eles 14 computadores que pertenciam ao Memorial Roberto Silveira. Segundo o secretário de Planejamento, Selmo Treiger, o local teria sido inaugurado indevidamente.

"A obra de engenharia tem de ser terminada e os equipamentos consertados. Muitos eventos foram realizados tanto na área externa, quanto interna do local, o que ocasionou um desgaste considerável das estruturas", comentou o secretário, que ainda acrescentou:

No Teatro Popular, os diversos problemas nas instalações e vazamentos na estrutura foram o que mais preocupou o prefeito Jorge Roberto Silveira.

De acordo com o secretário de Cultura, Cláudio Valério Teixeira, o palco apresenta estrutura frágil, que não suportaria "sequer o peso de um piano, que diria uma orquestra".

"Este palco não é seguro. Foi feito de "madeirite", material que não suporta peso para um teatro desse porte", disse Teixeira.

Selmo Treiger concordou com Claudio Valério e acrescentou.

"Impermeabilização, descupinização, desratização, desinfecção, são procedimentos pelos quais toda obra tem de passar antes de ser entregue. Mas aqui, nada disso foi feito", disse um Treiger estarrecido.

O Memorial Roberto Silveira servia de fonte de busca pela internet e acervo, com 250 mil títulos de pesquisa sobre a história da cidade, teve seus 14 computadores roubados, além de um projetor de vídeo e um telão, segundo o governo municipal. O mural, pintado pelo artista Cláudio Valério Teixeira (atual secretário de Cultura) está danificado.

O local exala cheiro de mofo. Tão forte, que o prefeito Jorge Roberto Silveira não agüentou permanecer nas instalações nem mesmo cinco minutos.

Na avaliação do prefeito a situação é preocupante. Até mesmo na Fundação Oscar Niemeyer, local onde o acervo do arquiteto seria imortalizado e serviria de palco para cursos e palestras, teria sido encontrada uma grande quantidade de lixo e entulho.

O Museu de Cinema BR, em São Domingos, virou habitat de pássaros. Não faltam fezes espalhadas pelo chão. A equipe de reportagem encontrou até uma ave morta ao adentrar no espaço.




O Fluminense

Feriados podem gerar perda de R$ 18 milhões

Economia

Publicado em 04/01/2009


Luiz Gustavo Schmitt




O município de Niterói deve perder R$ 18 milhões em tributos como o Imposto sobre Circulação de Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Serviço (ISS), pagos pelo comércio devido aos feriados de 2009, o que representa 2% de toda a arrecadação da cidade - que deve girar em torno de R$ 900 milhões. A estimativa é da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói.

O Sindicato dos Lojistas de Niterói (Sindilojas Niterói) também prevê prejuízos para o setor. A estimativa é de que o faturamento do comércio seja entre 10% e 15% menor no próximo ano.

Segundo o presidente do Sindilojas Niterói, José Luis Pascoal, o mais grave é que muitos destes dias propicia enforcamento do dia anterior ou posterior, gerando impacto ainda maior na economia.

"Se o feriado é na quinta-feira, muitos já enforcam a sexta, alguns até a quarta. Quando é na terça, as pessoas viajam na sexta de noite e só voltam na quarta-feira de manhã. Isso faz com que diminua o ritmo de vendas ainda mais", disse Pascoal.

O presidente da CDL-Niterói, Joaquim Pinto, contou que pedirá apoio ao setor na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), como na Câmara Municipal de Niterói.

"Vamos pedir auxílio no âmbito municipal e estadual para que dias como Zumbi e São Jorge sejam feriados comemorativos, ao invés de não trabalhados", disse Pinto.

Carnaval, Paixão de Cristo e Páscoa são os primeiros dias não trabalhados. Em seguida vem Tiradentes, Dia do Trabalhado e Corpus Christi. E há ainda, Independência do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, Finados, Proclamação da República, Zumbi, Aniversário de Niterói e Natal.

PIB - O Brasil perderá até 5% do Produto Interno Bruto (PIB), o correspondente a R$ 155,6 bilhões, com as paralisações impostas pelos feriados em 2009. Das 12 datas nacionais e 39 estaduais, 11 e 29, respectivamente, cairão em dias úteis. O cálculo foi divulgado no estudo Custo Econômico dos Feriados elaborado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

Neste ano, alguns feriados cairão nas terças e quintas-feiras, o que incentiva a prática de pontos facultativos, não contabilizada pelo levantamento. A Firjan calcula que o valor diário estimado para as perdas por dia parado, em 2008, foi de R$ 11,6 bilhões. Para 2009, com crescimento previsto do PIB e o maior número de feriados em dia útil, esse valor sobe para R$ 12,9 bilhões. Dessa forma, chega-se à cifra de R$ 155,6 bilhões. Isso equivale a dizer que o País perderia um PIB inteiro a cada 20 anos.

No caso específico do Estado do Rio, a perda bruta diária alcançou R$ 1,6 bilhão em R$ 2008 - quando houve a inclusão de mais um feriado, o Dia de São Jorge, em 23 de abril -, perfazendo um volume anual de R$ 15,9 bilhões. Este quadro será agravado este ano, com perda anual de R$ 23,1 bilhões, ou 5,5% do PIB do Estado.

Segundo o estudo, são imensos os prejuízos causados ao parque produtivo e à competitividade nacional em termos de atividade econômica, ressaltando os custos fiscais, trabalhistas e inflacionários dos feriados.

"Não é possível mensurar com exatidão a perda em atividade produtiva ou de negócios que deixam de ser realizados. Uma boa aproximação estaria no valor de um PIB diário, indicativo do grau máximo que a perda pode alcançar. Com efeito, este seria o limite, uma vez que existem atividades comerciais, bem como de lazer e turismo, sendo conduzidas e, em alguns casos, produção industrial, em processos contínuos", explica Patrick Carvalho, chefe da Divisão de Estudos Econômicos.

O estudo atenta para o fato de que, mesmo com a deflagração da crise internacional a partir do segundo semestre, 2008 foi de importantes conquistas econômicas, apoiadas na estabilidade do mercado e no aumento de investimentos privados. E destaca que parte dos bons resultados econômicos obtidos pelo País deve-se à menor quantidade de feriados em dias úteis.




O Fluminense

Gordo vira o jogo na Câmara Municipal de SG

Política

Publicado em 02/01/2009

Luiz Gustavo Schmitt

A votação da mesa diretora da Câmara Municipal de São Gonçalo terminou, ontem, com uma reviravolta que alterou o jogo de poder no município. A chapa que era encabeçada pelo vereador pedetista Dilvan Aguiar tinha tudo para se reeleger. Segundo Aguiar, um acordo teria sido selado no último mês garantindo o voto de 15 dos 21 vereadores, além do apoio da prefeita Aparecida Panisset (PDT). No entanto, uma "virada de mesa" fez de Eduardo Gordo (PTdoB) o novo presidente da Câmara.

Encabeçado pelo pedetista Dilvan Aguiar, o grupo político derrotado contava com o primeiro e segundo vice-presidente Capitão Nelson (PSC) e Amarildo Aguiar, respectivamente, o primeiro secretário José Antônio (PSDB) e o segundo José Luiz Nanci (PPS). Eles ficaram irritados com o suposto descumprimento do trato. O vereador Jorge Mariola tomou as dores dos companheiros e acabou se exaltando.

"É uma falta de ética e de caráter descumprir o combinado. Eduardo Gordo foi à reunião e concordou em reeleger a chapa", disse Mariola.

"Ele (Gordo) não cumpriu a palavra. Ele havia nos garantido de que estaria conosco", disse o ex-presidente da Câmara de São Gonçalo, Dilvan Aguiar.

Gordo negou ter participado do suposto encontro.

"Não fui em reunião nenhuma. Cheguei aqui hoje e 13 vereadores resolveram me escolher. A prefeita é minha amiga. Mas sei que ela ligou para pedir votos para a outra chapa. Não liguei para ninguém", disse Gordo.

O parlamentar agradeceu ao deputado estadual Jorge Picciani (PMDB), assim como seu filho Rafael do Gordo (PSB) havia feito, anteriormente, durante discurso.

Além de ser presidida por Aristeu Eduardo Teixeira da Silveira ou como é mais conhecido "Eduardo Gordo", a chapa vencedora tem como primeiro vice-presidente Miguel Moraes (PT), segundo vice-presidente Thiago da Marmoraria (PMDB), primeiro e segundo secretário, Roberto Luis Ferreira (PMDB) e Geiso do Castelo (PDT), respectivamente.

O vereador Fábio Farah (PTdoB), pertencente ao grupo político vencedor deu pistas do que aconteceu e do que pode vir a ser do jogo de poder gonçalense.

"Vamos apoiar a nossa prefeita. Só mudou o grupo no comando da Câmara. O Eduardo Gordo foi um nome de consenso de todas as bancadas", disse o vereador Fábio Farah.

A vereadora Iza (PMDB) explicou o motivo pelo qual votara na chapa de Eduardo Gordo.

"Conheço os dois candidatos superficialmente. Tive uma reunião às 8 de hoje (ontem) com a deputada estadual Graça Matos (PMDB). Ela pediu que o meu voto seguisse a direção do partido, assim como teria determinado o Jorge Picciani. Por isso, eu como boa peemedebista decidi acatar", disse a peemedebista.

O pedetista Jorge Mariola ainda disse que a derrota do grupo político de Dilvan Aguiar (PDT), com ajuda de dois pedetistas, entre eles Geiso do Castelo e Ricardo Pericar (PDT) deixava evidente a desorganização do partido no município.

"Não há um racha no partido. Mas essa derrota de hoje mostra que está desorganizado", disse Mariola.

Sobre a mudança de chapa aos 48 minutos do segundo tempo, a prefeita Aparecida Panisset, disse não temer um novo comando na Câmara e ainda encheu a boca para dizer que a ascensão de Eduardo Gordo foi uma grande virada, assim como sua reeleição.

"Assim como a minha eleição, esta vitória foi uma grande virada. Não acredito que vereador eleito irá apresentar dificuldades na minha administração. Toda mudança é sempre muito bem-vinda. Nós (incluindo os vereadores) somos todos parceiros por São Gonçalo", disse Panisset. (Colaborou Simone Ronzani)

Elogios e alfinetadas

Os 21 vereadores da Câmara Municipal de São Gonçalo tomaram posse, ontem. A solenidade foi marcada por discursos que continham elogios e muitas alfinetadas. O vereador Amarildo Aguiar (PTB) fez críticas ao modo como a política em São Gonçalo é conduzida.

"Sei que a política aqui não é séria. Este não é o lugar onde queria estar, mas estou aqui pelo meu povo", disse Aguiar.

Em seu segundo mandato, o vereador Ricardo Pericar (PDT) entendeu os comentários de Aguiar como "falta de respeito".

"A casa foi desrespeitada, mas, ao contrário do que foi dito pelo colega, eu gostaria de deixar claro que acredito muito no trabalho que é feito aqui", disse Pericar.

Empossados - Entre os parlamentares empossados ontem estão: Amarildo Aguiar (PTB), Eduardo Gordo (PTdoB), Raphael do Gordo (PSB), Augusto Senna (PV), Dilson Drumond (PDT), Dilvam Aguiar (PDT), Fabio Farah (PTdoB), Frederico Chateaubriand (PR), Geiso do Castelo (PDT), Iza (PMDB), Jorge Luis Gasco (PDT), José Antônio (PSDB), José Luiz Nanci (PSC), Marcelo Amendoim (PRB), Marlos (PT), Miguel Moraes (PT), Nelson Ruas dos Santos (PSC), Ricardo de Souza Costa (PDT), Roberto Luiz Ferreira (PMDB) e Thiago da Marmoraria (PMDB).




O Fluminense