sábado, 22 de novembro de 2008

Imóveis usados ganham valor na hora da crise e vendas sobem 30%

Luiz Gustavo Schmitt

Em épocas de crise, todos querem se proteger. De acordo com o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) de Niterói, essa máxima faz com que as pessoas apliquem seus recursos em ativos reais, como os imóveis usados, e mantenham as vendas do mercado imobiliário fluminense aquecidas.

Diferentemente do imóvel na planta, na qual o cliente ainda não tem o contato direto com o imóvel, já que está fechando um contrato para entrega posterior, no usado a realidade é palpável. Segundo a imobiliária Júlio Bogoricin, isto aplaca a desconfiança que muitos clientes têm com a garantia de entrega da construtora do imóvel, em função do cenário econômico atual.

Segundo especialistas do setor, o mercado de imóveis usados teve um incremento nas vendas de cerca de até 30%. Um dos motivos para a procura por esse segmento seria a diferença de preços entre novos e usados, que pode chegar a até 40%, segundo o delegado do Creci Niterói e diretor da imobiliária Ofir Imóveis, Ulisses Moreira.

"As pessoas estão buscando investimentos mais seguros. Por isso a aposta nos imóveis usados. Além disso, toda a mídia utilizada para estimular os lançamentos, e ainda, todos os benefícios oferecidos, como piscina, quadra de esportes, espaço gourmet, acabam sendo pagos pelo consumidor. Há também um custo mensal maior com condomínio. Ou seja, no final das contas, os imóveis usados estão de 30% a 40% mais baratos", explicou Moreira.

De acordo com ele, o mercado de aluguéis também se destaca na atual conjuntura:

"Aquelas pessoas que estavam cogitando a compra, resolveram aguardar o desenrolar desta crise e alugar, para tomar a decisão de compra depois".

O diretor da imobiliária Júlio Bogoricin, Hélio Brito, também constatou aumento na procura por imóveis usados.

"Geralmente, as pessoas que querem uma garantia ou um imóvel pronto para morar procuram esse tipo de imóvel. Recém-casados, por exemplo, que desejam um bem mais acessível, com taxas mais baratas, acabam considerando essa possibilidade como alternativa viável", disse Brito.

Segundo o diretor comercial da Imobiliária Rubem Vasconcelos, Samuel Schwaitzer, as vendas de usados cresceram em torno de 30% desde que os rumores da crise internacional ganharam força.

"Os investidores estão saindo do mercado financeiro e buscando imóveis usados. Há grande procura, principalmente, por imóveis em mau estado de conservação, os quais até dois meses atrás não tinham liquidez, mas agora passaram a ter", disse Schwaitzer.

Ele ainda acrescentou que a compra de um bem usado, à vista, pode ser uma ótima oportunidade de negócio.

"Um apartamento em mau estado de conservação pode custar, por exemplo, em torno de R$ 200 mil. E se reformado com um gasto de cerca de R$ 30 mil, passa a valer R$ 300 mil. Ou seja, é uma margem de lucro interessante para quem tem dinheiro para fazer negócios à vista", informou Schwaitzer.

Desafios

De acordo com o Creci Niterói, as vendas do ramo imobiliário de Niterói sofreram poucos impactos da crise financeira internacional. No entanto, o conselho admitiu que está havendo, por parte dos bancos, certa burocracia a mais para a concessão de crédito.

"Ainda há muito dinheiro circulando na cidade, porque muitas obras saíram e negócios também foram feitos. A grande questão para o mercado é: Será que os bancos vão criar maiores dificuldades para a concessão de crédito? E, sobretudo, a Caixa Econômica Federal, que é o principal agente financeira do mercado, vai continuar liberando financiamento?", indagou Ulisses Moreira, delegado do Creci Niterói.




O Fluminense

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Campanha sobre prevenção ao câncer de pele em Niterói

Publicado em 08/11/2008


Luiz Gustavo Schmitt

A 10ª Campanha Nacional de Prevenção do Câncer da Pele, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), atendeu 351 pessoas em Niterói, no sábado. O objetivo era diminuir os números de incidência da doença no País. Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), prevêem mais de 120 mil casos de câncer até o final de 2008.

A campanha aconteceu de 9 às 15 horas nos seguintes postos de atendimento: Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), Associação Médica Fluminense (AMF), Policlínica Comunitária Carlos Antônio da Silva, e Policlínica Comunitária da Ilha da Conceição.

De acordo com a coordenadora regional da campanha, Eloísa Ayres, cerca de 10% das pessoas examinadas apresentaram incidência da doença.

"Ao todo, 31 pessoas apresentaram sinais da doença. Sendo que em duas delas foram encontrados melanoma, que é o tipo de câncer mais perigoso", disse Eloísa.

Após ouvir no rádio sobre a campanha contra o câncer, o aposentado Pedro Paulo da Silva, de 77 anos, morador de São Gonçalo, foi ao Huap em busca de prevenção. Durante a consulta, descobriu uma lesão pré-cancerígena na orelha esquerda.

"Se não estivesse aqui poderia demorar a tomar conhecimento do ferimento", disse o aposentado.




O Fluminense

Evento do transporte público comemora centenário do ônibus a motor no País

Publicado em 12/11/2008


Luiz Gustavo Schmitt

A análise dos problemas de transporte coletivo e a implementação de políticas públicas para o setor foram os temas abordados durante a 13ª Etransport, congresso do segmento que começou, ontem, na Marina da Glória, no Rio. De acordo com os organizadores, cerca de 5 mil pessoas devem participar do fórum, entre os vários níveis de governo, especialistas em transporte, trânsito, urbanismo, energia e meio ambiente. O encontro comemora o centenário do transporte por ônibus a motor em todo o País. Paralelamente está sendo realizada a Fetransrio, feira de equipamentos de transportes.

O secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, comentou os principais desafios para a implementação de um sistema viário com maior fluidez no Estado.

"A maior dificuldade que encontramos é o ordenamento urbano e o enfrentamento do transporte irregular", explicou Lopes.

Ao comentar sobre as obras do Corredor Viário da Alameda São Boaventura, Lopes lembrou que problemas ambientais e judiciais atravancaram o processo. Ele ressaltou que faltaram recursos por parte da Prefeitura de Niterói para concluir o extravasor – alargamento do canal – que seria estreito e poderia provocar alagamentos em dias de chuva.

"Infelizmente o governo municipal não pode arcar com os custos do extravasor, que é essencial. É preciso que seja feito esse alargamento, para que caiba um volume de água maior no canal e evitar transtornos. De qualquer forma, o Governo do Estado vai disponibilizar integralmente os recursos necessários para cobrir essas despesas", disse Lopes.

Julio Lopes ainda falou sobre as iniciativas para a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

"Estamos lançando o projeto do B-20. Essa iniciativa almeja os Jogos Olímpicos do ano de 2016. Os ônibus do Rio de Janeiro utilizariam 20% de biodiesel em seu combustível. Ou seja, vamos mostrar para o mundo que podemos ter um transporte coletivo movido com uma energia sustentável", orgulhou-se o secretário.

Transporte auto-sustentável

O novo secretário de Transportes do município do Rio de Janeiro, Alexandre Sansão, fez comentários sobre a implantação do bilhete único no sistema viário carioca e seus benefícios para o bolso do consumidor.

"Será uma forma de racionalizar o sistema de transporte e ainda baratear as tarifas para os passageiros", elucidou Sansão.

Perguntado sobre a possibilidade de concessão de subsídios municipais para implantação do sistema de bilhetagem, Sansão informou que prefere acreditar em um transporte auto-sustentável.

"Não pretendemos dar subsídio para desenvolver esse projeto", disse Sansão.

O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiro do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), Lélis Marcos Teixeira, comemorou a criação por parte do setor da nova central de relacionamento com o cliente.

"Vamos oferecer canais de comunicação como: e-mail, ouvidorias de prefeituras e um telefone 0800, que funcionará 24 horas por dia, entre outros. A idéia é melhorar o atendimento ao usuário e ampliar o mercado de atuação do setor", concluiu.




O Fluminense

Fetranspor investirá R$ 2 milhões para melhorar relação com cliente

Publicado em 11/11/2008



Luiz Gustavo Schmitt

O setor de transporte coletivo, que corresponde a cerca de 7% do PIB nacional – soma de todos os bens e serviços produzidos no País – e emprega 100 mil trabalhadores em todo o Estado do Rio de Janeiro, está completando 100 anos. Para comemorar o feito, ontem, o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), Lélis Marcos Teixeira, anunciou o investimento de mais de R$ 2 milhões para a criação de um serviço de relacionamento com o cliente, através do 0800 estadual, e ainda, o congresso do segmento, que começa hoje, na Marina da Glória. Teixeira também falou sobre as principais questões que envolvem transporte e mobilidade urbana, diante de um cenário de crise financeira.

Para se adaptar à nova legislação, (Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990, Decreto 6.523, de 31 de julho de 2008), as empresas de ônibus vão ter de implementar algumas mudanças em seu funcionamento. De acordo com a Fetranspor, será criada uma central de relacionamento com o cliente, que contará com diversos canais de comunicação integrados, como e-mail, ouvidorias de prefeituras e um telefone 0800, que funcionará 24 horas por dia, e até canais na internet, como o site de relacionamentos Orkut.

"Os ônibus vão contar com acesso para portadores de deficiência, por meio de rampas", explicou o diretor de marketing e comunicação da Fetranspor, João Augusto Monteiro, que ainda acrescentou:

"Todos os veículos terão de trafegar com uma placa em que haverá um número de telefone para que o passageiro possa informar a avaliação do desempenho do motorista, fazer sugestões ou reclamações. O objetivo é montar uma estrutura para que as empresas possam melhorar o seu serviço", disse Monteiro.

Ainda de acordo com o diretor, atualmente somente 60% das empresas de transporte coletivo contam com canal de atendimento ao consumidor.

Turbulências podem trazer reflexos

De acordo com o presidente da Fetranspor, Lélis Marcos Teixeira, as turbulências no sistema financeiro mundial afetaram pouco o setor. Ele admitiu que podem surgir repasses para o consumidor no ano que vem, já que houve aumento do preço dos insumos da indústria.

"O custo com mão-de-obra aumentou. O preço de pneus e chassis também estão mais caros. Isso deve acarretar em aumento das tarifas", disse Teixeira, que preferiu não informar o índice do reajuste.

Ele também admitiu que a escassez do crédito, de que o setor depende, pode ser um problema em 2009 e acarretar demissões.

"Num primeiro momento não há efeito, pois as pessoas continuam se deslocando. Além disso, os contratos continuam sendo respeitados. Temos segurança, pois boa parte de nossos fundings vêm do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A falta de crédito pode acarretar maiores problemas e até implicar em demissões", disse Teixeira. Ele admitiu que há empresas que estão com dificuldades de caixa.

Linhas integradas

Sobre os problemas de fluidez do trânsito, principalmente na Capital e em toda a Região Metropolitana, o diretor de mobilidade urbana da Fetranspor, Arthur César de Meneses Soares, informou que as linhas de ônibus serão integradas e haverá redistribuição das linhas.

"Assim como já ocorre em Maricá, na Costa do Sol, bairros do Rio de Janeiro, como Barra da Tijuca, Recreio, Vargem Grande, Vargem Pequena e Jacarepaguá terão todas as linhas de ônibus integradas. A previsão é de que esse projeto comece em dezembro", disse Soares.

Ainda de acordo com Soares, o sistema de integração é mais econômico para os passageiros, pois na volta há sempre um desconto de 20%.

O presidente da Fetranspor, Lélis Marcos Teixeira, também falou sobre os desafios de se conciliar grandes projetos de infra-estrutura, com as dificuldades na captação de recursos.

"Quando se fala do custo de uma obra para viabilizar uma obra de superfície, representa somente 10% dos investimentos para obra de um metrô, por exemplo. Não adianta construir uma rede limitada de transporte. Há soluções brasileiras, como as que foram implantadas em Curitiba (Paraná), com corredores viários que podem ser boas alternativas", disse.


Capacitação - A Fetranspor anunciou também a criação de uma Universidade Corporativa do Transporte para capacitar os funcionários do segmento, com apoio de instituições de ensino médio (técnico) e superior.

Até o momento já foram capacitados 5 mil motoristas e a meta é chegar a 45 mil.


Rio Card - O meio de pagamento eletrônico via cartão de todo o sistema de bilhetagem eletrônica do Estado do Rio de Janeiro, Rio Card, ganhará mais 2400 pontos de venda. De acordo com o diretor comercial de Marketing e Logística da Fetranspor, Edmundo Fornasari, há mais 6 milhões desses cartões no Estado, sendo que somente 2,5 milhões ativos.

"A idéia é expandir os canais de venda em toda a cidade do Rio de Janeiro. Os clientes poderão adquiri-los em estabelecimentos comerciais de diversos ramos, como bancas de jornais, bazares, farmácias e padarias, formando uma rede integrada por meio de tecnologia SmartCard, que vai permitir a compra e a recarga dos cartões em pontos da rede GetNet (similar à de recarga de celulares). O prazo previsto para a implantação total da rede é de até um ano", disse Fornasari.

O diretor comercial anunciou, ainda, um novo produto do Rio Card: seguro de acidentes pessoais com cobertura aos usuários dentro dos meios de transporte que aceitam os cartões e/ou 24 horas por dia, em parceria com a Unibanco Seguros.

"É uma nova estratégia de expansão dos produtos e serviços, preocupada com o bem-estar, segurança e tranqüilidade dos usuários. Os seguros não possuem carência", elucidou Fornasari. Ele prosseguiu:

"Num primeiro momento será ofertado apenas para empresas. É uma opção de baixo custo na oferta de benefícios visando a segurança de funcionários no trajeto casa-trabalho-casa ou 24 horas", concluiu.


Evento - Melhorias para o transporte do futuro são o tema central do 13º Etransport – Congresso sobre Transporte de Passageiros –, promovido pela Fetranspor e sindicatos filiados, entre outras instituições. O encontro começa hoje e vai até sexta-feira, na Marina da Glória. O evento terá como tema central os 100 anos de ônibus a motor na América Latina. A expectativa de público é de 5 mil visitantes.

Uma exposição contando a história do transporte vai comemorar o centenário, enquanto temas importantes para a mobilidade das pessoas vão ser discutidos no congresso. Em evento paralelo, as novidades tecnológicas estarão à mostra na 7ª Feira Rio Transportes (Fetransrio).

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Escolas particulares terão reajuste de até 10%

Luiz Gustavo Schmitt

A crise econômica e o aumento da inflação afetarão, em 2009, o bolso dos pais de alunos de escolas particulares. O aumento no valor das mensalidades será em média de 10%, calcula a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep).

Em Niterói e São Gonçalo, o reajuste médio acompanhará esse mesmo índice, de acordo com os sindicatos de Estabelecimentos de Ensino Particular (Sinep) de ambos os municípios. Vale ressaltar que cada escola particular terá autonomia para fazer os reajustes.

"Acredito que os custos com pessoal devem aumentar muito no ano que vem; haverá aumento de salário de professores, por exemplo. Ainda temos que levar em conta a conjuntura da crise financeira internacional", explicou o presidente do Sinep de São Gonçalo, Vagner Cortez.

De acordo com o Sinep de Niterói, o aumento se deve à inflação, investimentos em tecnologia e à inadimplência crescente nas mensalidades, que tende a aumentar ainda mais. O sindicato ainda alertou que os colégios que oferecem alimentação podem dar um reajuste ainda maior.

"A maioria dos colégios deve manter a base de 10% de aumento. Mas no caso das instituições de ensino em que o valor das refeições está incluso na mensalidade, esse índice deve ser maior e deve acompanhar a alta dos alimentos", disse o sindicato de Niterói.

De 2007 para 2008, o aumento no valor das mensalidades em estabelecimentos particulares de ensino foi de 8%. Segundo o presidente da Fenep, José Augusto Lourenço, esse crescimento de 2% se deve à inflação registrada este ano e às turbulências do mercado. Como as escolas só podem ajustar o valor das mensalidades uma vez ao ano, é preciso prever os gastos do ano seguinte.

"Orientamos esses estabelecimentos sobre todos os índices existentes: inflação do período, INPC, ICV, IGP-M. Lembramos às escolas que as tarifas de luz, telefonia e aluguéis são indexadas pelo IGP-M e esse índice foi de 15% em julho e de 13% em agosto. Ou seja, está mais de 100% acima da inflação, cuja meta traçada pelo governo é de 6,5%, no máximo" , explicou Lourenço.




O Fluminense

Tomógrafo do Hospital Universitário Antônio Pedro é consertado

Publicado em 31/10/08


No dia em que O FLUMINENSE noticiou a denúncia de Clóvis Cavalcanti, presidente do Sindicato dos Médicos da Região Metropolitana II, dando conta que não havia sequer um tomógrafo funcionando nos hospitais públicos de nove cidades (Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Tanguá, Rio Bonito, Silva Jardim, Magé e Guapimirim), o panorama começou a mudar. Ainda ontem, o equipamento do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), no Centro de Niterói, voltou a ser usado.

"Foi um problema na ampola do tomógrafo, que havia queimado. Mas já foi trocada e voltou a funcionar hoje (ontem)", garantiu o diretor do Huap, Tarcísio Rivello. O equipamento do Pronto-Socorro de São Gonçalo, no Zé Garoto, ainda está com a lâmpada queimada. No entanto, a Secretaria de Saúde de São Gonçalo prometeu resolver o problema até terça-feira e, ainda, garantiu que o equipamento do Hospital Luiz Palmier, no Zé Garoto, está funcionando.

No Hospital Estadual Azevedo Lima, a Secretaria Estadual de Saúde manteve o prazo de 20 dias para a volta do equipamento em funcionamento. Quanto ao Hospital Estadual Alberto Torres, faltaria o treinamento de técnicos para operar o tomógrafo.

Drama que remete ao passado
A Medicina explica que o tomógrafo ajuda no diagnóstico mais rápido e preciso de lesões ou doenças do cérebro, abdome e coluna, entre outras regiões do corpo, que não podem ser vistas no exame médico. Para a neurologista Andréa Bacelar, a falta de um aparelho do gênero em um hospital representa um retorno aos anos 80. "É um problema muito sério. Considero inviável trabalhar em uma emergência ou pronto atendimento sem um aparelho de imagem, que permite um diagnóstico preciso", explicou Bacelar.

Ela ainda enfatizou os riscos que a falta da tomografia pode trazer à vida dos pacientes. "Além de protelar o diagnóstico, isso pode fazer com que o médico seja evasivo. Por exemplo, um paciente atropelado tem uma fratura. No entanto, no exame médico não é possível identificar o grau do trauma. Para saber se haverá necessidade de intervenção (no caso uma cirurgia), é preciso a imagem", elucidou a médica.

Para o coordenador da seccional de Niterói do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), Alkamir Issa, é inconcebível que uma cidade do porte de Niterói, em que se fala tanto em qualidade de vida, tenha somente três aparelhos de tomógrafo, sendo que nem todos funcionam. "A medicina não é brincadeira. A tomografia é um tipo de exame que já está incorporado ao dia-a-dia do médico. É um aparelho imprescindível para fazer diagnósticos de muitas doenças, principalmente de câncer. Ele permite, em alguns casos, fazer diagnósticos de uma enfermidade que ainda nem se manifestou no organismo do paciente", afirmou o gastroenterologista.

Hospitais públicos de Niterói e São Gonçalo sofrem sem tomógrafos

Publicado em 29/10/2008


Luiz Gustavo Schmitt

Os hospitais públicos da Região Metropolitana II, que inclui Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Tanguá, Magé, Guapimirim, Silva Jardim e Rio Bonito, municípios que possuem cerca de 2 milhões de habitantes, não têm sequer um aparelho de tomógrafo. A afirmação é do presidente do Sindicato dos Médicos da Região Meropolitana II, Clóvis Cavalcanti.

Segundo ele, em Niterói, os dois hospitais públicos que são referência em tratamento de traumas, o Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no Fonseca, e o Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), no Centro, não têm tomógrafo funcionando. De acordo com Cavalcanti, a situação é idêntica em São Gonçalo: os tomógrafos do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê, e do Pronto Socorro de São Gonçalo, no Zé Garoto, estão danificados.

"O Azevedo Lima está sem tomógrafo há mais de um mês. Eles dizem que é um problema pontual, mas não o solucionam. O aparelho antigo foi retirado e teria sido levado para a Região dos Lagos. Quanto ao equipamento novo, é tão grande que não passa na porta da sala. Eles teriam de fazer uma obra para instalá-lo, o que não aconteceu ainda", disse Cavalcanti. De acordo com ele, as informações sobre o sistema de saúde têm base nas denúncias de profissionais recebidas pelo sindicato.

"O mais grave é que o Azevedo Lima é o principal hospital de Niterói. Recebe toda a demanda do Huap, que está com a emergência praticamente fora de funcionamento e sem tomógrafo há mais de seis meses. No caso de um paciente com traumatismo craniano, não há o que fazer sem uma tomografia. Não dá para identificar a lesão. Só sentando e rezando".

Ele ainda tentou elucidar os problemas do sistema de saúde gonçalense:

"O Pronto-Socorro de São Gonçalo não tem tomógrafo. O Alberto Torres tem um novo, mas ainda não funciona e ninguém sabe explicar o motivo. O problema da saúde não é dos médicos. Mesmo com baixos salários, falta de equipamentos e medicamentos, os serviços médicos continuam funcionando", disse Cavalcanti, em tom de desabafo.


Explicações - A Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (Sesdec) informou que as obras no Heal, para instalação do tomógrafo, estão em andamento e dentro do cronograma previsto inicialmente. A expectativa é que a obra esteja completa dentro de 20 dias. Já no Alberto Torres, a instalação do tomógrafo já foi concluída e falta o treinamento dos técnicos que irão operar o aparelho.

O diretor do Huap, Tarcísio Rivello, confirmou, por telefone, que o tomógrafo do Huap não funciona.

"Está com um problema na calibração de uma ampola", disse Rivello.

A secretária de Saúde de Niterói, Maria Célia Vasconcellos, informou que Niterói conta com três tomógrafos: um do Azevedo Lima, outro do Huap e o último fica no Hospital Santa Cruz, com atendimento pelo Sistema Único de Saúde. Questionada sobre o funcionamento dos equipamentos, Maria Célia informou que os tomógrafos do Huap e do Azevedo Lima devem voltar a funcionar em breve.

Procurada por O FLUMINENSE, a Secretaria de Saúde de São Gonçalo não se pronunciou até o fechamento desta edição.




O Fluminense

Hospitais públicos de Niterói e São Gonçalo sofrem sem tomógrafos

Luiz Gustavo Schmitt

Os hospitais públicos da Região Metropolitana II, que inclui Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Tanguá, Magé, Guapimirim, Silva Jardim e Rio Bonito, municípios que possuem cerca de 2 milhões de habitantes, não têm sequer um aparelho de tomógrafo. A afirmação é do presidente do Sindicato dos Médicos da Região Meropolitana II, Clóvis Cavalcanti.

Segundo ele, em Niterói, os dois hospitais públicos que são referência em tratamento de traumas, o Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no Fonseca, e o Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), no Centro, não têm tomógrafo funcionando. De acordo com Cavalcanti, a situação é idêntica em São Gonçalo: os tomógrafos do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê, e do Pronto Socorro de São Gonçalo, no Zé Garoto, estão danificados.

"O Azevedo Lima está sem tomógrafo há mais de um mês. Eles dizem que é um problema pontual, mas não o solucionam. O aparelho antigo foi retirado e teria sido levado para a Região dos Lagos. Quanto ao equipamento novo, é tão grande que não passa na porta da sala. Eles teriam de fazer uma obra para instalá-lo, o que não aconteceu ainda", disse Cavalcanti. De acordo com ele, as informações sobre o sistema de saúde têm base nas denúncias de profissionais recebidas pelo sindicato.

"O mais grave é que o Azevedo Lima é o principal hospital de Niterói. Recebe toda a demanda do Huap, que está com a emergência praticamente fora de funcionamento e sem tomógrafo há mais de seis meses. No caso de um paciente com traumatismo craniano, não há o que fazer sem uma tomografia. Não dá para identificar a lesão. Só sentando e rezando".

Ele ainda tentou elucidar os problemas do sistema de saúde gonçalense:

"O Pronto-Socorro de São Gonçalo não tem tomógrafo. O Alberto Torres tem um novo, mas ainda não funciona e ninguém sabe explicar o motivo. O problema da saúde não é dos médicos. Mesmo com baixos salários, falta de equipamentos e medicamentos, os serviços médicos continuam funcionando", disse Cavalcanti, em tom de desabafo.


Explicações - A Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (Sesdec) informou que as obras no Heal, para instalação do tomógrafo, estão em andamento e dentro do cronograma previsto inicialmente. A expectativa é que a obra esteja completa dentro de 20 dias. Já no Alberto Torres, a instalação do tomógrafo já foi concluída e falta o treinamento dos técnicos que irão operar o aparelho.

O diretor do Huap, Tarcísio Rivello, confirmou, por telefone, que o tomógrafo do Huap não funciona.

"Está com um problema na calibração de uma ampola", disse Rivello.

A secretária de Saúde de Niterói, Maria Célia Vasconcellos, informou que Niterói conta com três tomógrafos: um do Azevedo Lima, outro do Huap e o último fica no Hospital Santa Cruz, com atendimento pelo Sistema Único de Saúde. Questionada sobre o funcionamento dos equipamentos, Maria Célia informou que os tomógrafos do Huap e do Azevedo Lima devem voltar a funcionar em breve.

Procurada por O FLUMINENSE, a Secretaria de Saúde de São Gonçalo não se pronunciou até o fechamento desta edição.




O Fluminense