terça-feira, 11 de novembro de 2008

Tomógrafo do Hospital Universitário Antônio Pedro é consertado

Publicado em 31/10/08


No dia em que O FLUMINENSE noticiou a denúncia de Clóvis Cavalcanti, presidente do Sindicato dos Médicos da Região Metropolitana II, dando conta que não havia sequer um tomógrafo funcionando nos hospitais públicos de nove cidades (Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Tanguá, Rio Bonito, Silva Jardim, Magé e Guapimirim), o panorama começou a mudar. Ainda ontem, o equipamento do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), no Centro de Niterói, voltou a ser usado.

"Foi um problema na ampola do tomógrafo, que havia queimado. Mas já foi trocada e voltou a funcionar hoje (ontem)", garantiu o diretor do Huap, Tarcísio Rivello. O equipamento do Pronto-Socorro de São Gonçalo, no Zé Garoto, ainda está com a lâmpada queimada. No entanto, a Secretaria de Saúde de São Gonçalo prometeu resolver o problema até terça-feira e, ainda, garantiu que o equipamento do Hospital Luiz Palmier, no Zé Garoto, está funcionando.

No Hospital Estadual Azevedo Lima, a Secretaria Estadual de Saúde manteve o prazo de 20 dias para a volta do equipamento em funcionamento. Quanto ao Hospital Estadual Alberto Torres, faltaria o treinamento de técnicos para operar o tomógrafo.

Drama que remete ao passado
A Medicina explica que o tomógrafo ajuda no diagnóstico mais rápido e preciso de lesões ou doenças do cérebro, abdome e coluna, entre outras regiões do corpo, que não podem ser vistas no exame médico. Para a neurologista Andréa Bacelar, a falta de um aparelho do gênero em um hospital representa um retorno aos anos 80. "É um problema muito sério. Considero inviável trabalhar em uma emergência ou pronto atendimento sem um aparelho de imagem, que permite um diagnóstico preciso", explicou Bacelar.

Ela ainda enfatizou os riscos que a falta da tomografia pode trazer à vida dos pacientes. "Além de protelar o diagnóstico, isso pode fazer com que o médico seja evasivo. Por exemplo, um paciente atropelado tem uma fratura. No entanto, no exame médico não é possível identificar o grau do trauma. Para saber se haverá necessidade de intervenção (no caso uma cirurgia), é preciso a imagem", elucidou a médica.

Para o coordenador da seccional de Niterói do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), Alkamir Issa, é inconcebível que uma cidade do porte de Niterói, em que se fala tanto em qualidade de vida, tenha somente três aparelhos de tomógrafo, sendo que nem todos funcionam. "A medicina não é brincadeira. A tomografia é um tipo de exame que já está incorporado ao dia-a-dia do médico. É um aparelho imprescindível para fazer diagnósticos de muitas doenças, principalmente de câncer. Ele permite, em alguns casos, fazer diagnósticos de uma enfermidade que ainda nem se manifestou no organismo do paciente", afirmou o gastroenterologista.

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