terça-feira, 11 de novembro de 2008

Hospitais públicos de Niterói e São Gonçalo sofrem sem tomógrafos

Publicado em 29/10/2008


Luiz Gustavo Schmitt

Os hospitais públicos da Região Metropolitana II, que inclui Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Tanguá, Magé, Guapimirim, Silva Jardim e Rio Bonito, municípios que possuem cerca de 2 milhões de habitantes, não têm sequer um aparelho de tomógrafo. A afirmação é do presidente do Sindicato dos Médicos da Região Meropolitana II, Clóvis Cavalcanti.

Segundo ele, em Niterói, os dois hospitais públicos que são referência em tratamento de traumas, o Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no Fonseca, e o Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), no Centro, não têm tomógrafo funcionando. De acordo com Cavalcanti, a situação é idêntica em São Gonçalo: os tomógrafos do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê, e do Pronto Socorro de São Gonçalo, no Zé Garoto, estão danificados.

"O Azevedo Lima está sem tomógrafo há mais de um mês. Eles dizem que é um problema pontual, mas não o solucionam. O aparelho antigo foi retirado e teria sido levado para a Região dos Lagos. Quanto ao equipamento novo, é tão grande que não passa na porta da sala. Eles teriam de fazer uma obra para instalá-lo, o que não aconteceu ainda", disse Cavalcanti. De acordo com ele, as informações sobre o sistema de saúde têm base nas denúncias de profissionais recebidas pelo sindicato.

"O mais grave é que o Azevedo Lima é o principal hospital de Niterói. Recebe toda a demanda do Huap, que está com a emergência praticamente fora de funcionamento e sem tomógrafo há mais de seis meses. No caso de um paciente com traumatismo craniano, não há o que fazer sem uma tomografia. Não dá para identificar a lesão. Só sentando e rezando".

Ele ainda tentou elucidar os problemas do sistema de saúde gonçalense:

"O Pronto-Socorro de São Gonçalo não tem tomógrafo. O Alberto Torres tem um novo, mas ainda não funciona e ninguém sabe explicar o motivo. O problema da saúde não é dos médicos. Mesmo com baixos salários, falta de equipamentos e medicamentos, os serviços médicos continuam funcionando", disse Cavalcanti, em tom de desabafo.


Explicações - A Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (Sesdec) informou que as obras no Heal, para instalação do tomógrafo, estão em andamento e dentro do cronograma previsto inicialmente. A expectativa é que a obra esteja completa dentro de 20 dias. Já no Alberto Torres, a instalação do tomógrafo já foi concluída e falta o treinamento dos técnicos que irão operar o aparelho.

O diretor do Huap, Tarcísio Rivello, confirmou, por telefone, que o tomógrafo do Huap não funciona.

"Está com um problema na calibração de uma ampola", disse Rivello.

A secretária de Saúde de Niterói, Maria Célia Vasconcellos, informou que Niterói conta com três tomógrafos: um do Azevedo Lima, outro do Huap e o último fica no Hospital Santa Cruz, com atendimento pelo Sistema Único de Saúde. Questionada sobre o funcionamento dos equipamentos, Maria Célia informou que os tomógrafos do Huap e do Azevedo Lima devem voltar a funcionar em breve.

Procurada por O FLUMINENSE, a Secretaria de Saúde de São Gonçalo não se pronunciou até o fechamento desta edição.




O Fluminense

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