quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Mercado imobiliário confiante

Habitação

Publicado em 07/12/2008


Luiz Gustavo Schmitt

Mesmo com a crise financeira internacional que tem assustado a todos nas últimas semanas, os empresários do mercado imobiliário ainda têm motivos para comemorar. Durante almoço de confraternização da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Niterói (Ademi), na última terça-feira, os representantes do segmento reconheceram o impacto no ritmo de vendas e lançamentos de imóveis, mas apostam na demanda habitacional brasileira.

Segundo o presidente da Ademi-Niterói, Joaquim Andrade, ainda não é possível fazer um balanço do que aconteceu.

"Tudo foi abalado. A primeira reação é parar o que está fazendo, esperar e entender um pouco o que está prestes a acontecer. As vendas caíram um pouco. Mas hoje nós percebemos que as coisas voltam aos poucos ao normal. Principalmente pela segurança de um investimento em imóvel. As pessoas podem ficar incertas diante de uma aplicação em banco ou na Bolsa de Valores, mas sabem que se comprarem um imóvel estão garantidas a médio e longo prazo. Isto porque é um ativo real", informou Andrade.

Ele se diz otimista frente ao ano de 2009, apostando no déficit habitacional de Niterói e municípios adjacentes, como São Gonçalo, Itaboraí e Maricá.

"Acredito que o mercado seja promissor porque temos uma demanda muita grande e o Governo Federal demonstra interesse em fomentar essa atividade. É um segmento que produz um bem que todo mundo quer, busca e sonha adquirir. Basta olharmos o mercado nas cidades que compõe o Leste Metropolitano, sabendo da procura grande que há para se adquirir a tão sonhada casa própria, em todos os níveis da sociedade", comentou.

De acordo com o presidente da construtora Soter, Fernando Policarpo, a empresa não teve de alterar o planejamento de investimentos, embora tenha passado a adotar uma postura cautelosa.
"O último empreendimento que soltamos no Jardim Icaraí, em outubro, já está 90% vendido. Mas temos de reconhecer que é importante tomar uma postura cautelosa. Diante do crédito mais difícil, as empresas têm de estar capitalizadas. Não é hora para nenhuma aventura; há que se fazer as coisas com muito pé no chão", disse Policarpo.

Nahum Ryfer, dirigente da Pinto de Almeida, lemba que outras crises foram vencidas:

"Nos últimos 15 anos, passamos por umas três crises. Temos um mecanismo de autoproteção e já estamos preparados de alguma maneira. Não afetou drasticamente nossa capacidade de investimento e nem de colocar os negócios na rua".

O diretor da JM Construções, Rogério Faria Maciel, reconheceu que 2009 deve ser um ano muito complicado, o que requer muitos desafios para o setor:

"Vamos ter redução drástica do crédito, pessoas com menos capacidade financeira e, conseqüentemente, a construção civil e os incorporadores terão de se equilibrar com os acontecimentos do mercado".

Faria ainda citou a crise de confiança do sistema financeiro e prevê que todo o quadro atual vai gerar redução de capacidade financeira.

"As empresas vão ter que se readequar a uma nova realidade. Por isso penso que o início de ano será difícil, mas as coisas devem começar a melhorar já no terceiro trimestre", concluiu.




O Fluminense

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