quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Saúde privada niteroiense terá R$ 100 milhões em investimentos

Revista – Especial Niterói 435 anos

Publicado em 23/11/08

Niterói ganhará 856 leitos

Luiz Gustavo Schmitt

Para atender a grande demanda da população niteroiense pelo rede
hospitalar privada, empresas de planos de saúde e grandes redes de hospitais
vão injetar recursos na saúde niteroiense nos próximos anos. Até 2010, serão
investidos mais de R$ 100 milhões para a construção de novos hospitais e
ampliação da capacidade dos que já atuam na cidade – que ganhará ao todo cerca
de 856 novos leitos.

Para entender esse fenômeno na saúde privada, basta dar uma olhada em
alguns números apurados pela reportagem de O FLUMINENSE, em consulta à
entidades de medicina de renome, empresários e médicos da cidade. Segundo o
levantamento, há um déficit de 500 leitos nos hospitais privados da cidade.
Além disso, cerca de 50% dos moradores de Niterói têm plano de saúde, de acordo
com o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).

Se ainda há pouca oferta de leitos, médicos aqui não faltam:
temos um para cada 198 habitantes. O recomendado é que haja uma média de 8
médicos para cada 10 mil habitantes, de acordo com a Organização Mundial de
Saúde. Ou seja, um médico para cada 1.250 habitantes. Nesse caso, teríamos
quase seis vezes mais do que o recomendável. Isto considerando que a população
niteroiense é de 458.465 habitantes, de acordo com o último censo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2000.

Depois de perceber que mais de 40% de seus pacientes no Hospital de
Clínica de São Gonçalo eram do município vizinho, o médico e empresário Sávio
Tinoco, proprietário do grupo Hospital e Clínica de São Gonçalo, decidiu
empreender e construir o Hospital Icaraí, na Rua Marquês de Paraná, no Centro.

“Há uma grande demanda por leitos nos hospitais particulares de
Niterói, haja vista as filas que se formam. É um mercado que tem muitas
oportunidades. Por isso resolvi construir esse novo hospital, que será a maior
obra privada da história da cidade”, disse Sávio.

De acordo com ele, a nova casa de saúde contará com todo os serviços
hospitalares: maternidade, cirurgia, neurocirurgia, UTI adulto e neonatal.

“Ao todo, serão 192 leitos de internação (apartamentos) e 88 leitos
de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)", afirmou o proprietário do
empreendimento.

O investimento para Hospital Icaraí deve ficar em cerca de R$ 50
milhões. O terreno tem em torno de 4.320 metros quadrados e terá 22.382,60
metros de área construída por 45 metros de altura. A expectativa é de que a
casa de saúde preste entre l8 e 20 mil atendimentos, atenda convênios e
consultas particulares e gere aproximadamente 1,2 mil empregos diretos.

Rede D’Or - A grande novidade no que se refere aos hospitais
privados é a chegada da badalada rede D´Or de Hospitais – que construirá um
novo hospital, o Niterói D’Or.

A nova casa de saúde será construída, em Icaraí, em frente à Clínica
Fluminense (CF) – conhecida por sua especialidade em cirurgia plástica -, da
qual a rede D´Or se tornou parceira em Niterói. A partir de janeiro de 2009,
CF se transformará em hospital geral e contará com 50 leitos. De
acordo com o administrador e diretor-geral da Clínica Fluminense, Conrado
Franco Pontes, a administração dos dois centros de saúde será conjunta, com
estruturas correlacionadas, mas ao mesmo tempo independentes.

"Os dois serão hospitais gerais de excelência, com hotelaria
de requinte e equipamentos de última geração. Queremos atender a grande demanda
por leitos que há em Niterói", informou Conrado.

HCN – O Hospital das Clínicas de Niterói (HCN), que realiza
cerca de 9 mil atendimentos de emergência por mês, entre pediátricos e de
adulto, passará por uma reforma e irá ampliar sua capacidade de 184 leitos para
350 leitos nos próximos três anos. A estimativa da direção do hospital é que se
gaste algo em torno de R$ 10 a 12 milhões.
Outra previsão é que em três anos o HCN aumente seu quadro de pessoal
em cerca de 60%, ou seja, mais 600 colaboradores diretos (várias especialidades
da área de saúde, recepção e administrativo).
Segundo a diretora geral do HCN, a médica Ilza Fellows, atualmente o
hospital tem uma taxa média de ocupação em torno de 90%.
"O crescimento da demanda por atendimento e tratamento médico, aliado
a pouca oferta na cidade, impulsionou o projeto de ampliação das instalações.
Para os próximos três anos, por exemplo, a área do serviço de emergência será
ampliada. De 300 metros quadrados passará para 1000 metros quadrados. Já em
relação aos leitos, vamos pular de 184 leitos (sendo 79 quartos privativos; 36
leitos de enfermaria e 69 de terapia intensiva) para 350", enfatiza a diretora.
Hospital Santa Mônica –

O antigo Hospital Santa Mônica, na Rua Marquês de Paraná, no Centro,
à venda por R$ 18 milhões, atrai a atenção de uma das maiores empresas de plano
de saúde. O negócio ainda não está fechado, segundo o diretor da Sergio Castro
Imóveis, Cláudio André Castro, responsável pela venda.
“Há outras duas empresas na disputa pela compra do terreno de 2,8 mil
metros quadrados e 11 mil metros de área construída”, disse Cláudio.
No montante pago pelo futuro comprador estão incluídos cerca de R$ 9
milhões para quitar dívidas da antiga casa de saúde. Os prédios com três
blocos interligados, cada um com seis andares, pertencem a um espólio da
família Raposo, muito tradicional em Niterói.
"Todos os herdeiros estão de acordo. O imóvel não tem problema
nenhum. Por enquanto, estamos avaliando as propostas e tratando da negociação.
O importante é que a documentação está toda regularizada e, a partir do momento
que o comprador oficializar a compra, ele terá a escritura em mãos em cerca de
quatro meses", garante.

História – O Hospital Santa Mônica já foi uma maternidade de
referência no Estado do Rio de Janeiro e a principal da cidade de Niterói. Era
conhecida por contar com uma boa infra-estrutura e equipe médica. No entanto,
acabou falindo e sendo alvo de disputa judicial.
Outro novo empreendimento hospitalar badalado é o novo hospital da
Unimed Leste Fluminense. A empresa estima investir R$ 55 milhões para a
construção de um Hospital Geral, sem contar incorporação de tecnologias e
ambientação.
Segundo a Unimed, só para a aquisição do terreno, com metragem
10.307,08 metros quadrados, foram gastos R$ 4,5 milhões.
O futuro hospital terá 180 leitos divididos basicamente em Centro
Cirúrgico e Obstétrico - 6 salas, Internação - 50 leitos, UTI - 10 leitos,
entre outros).
“Teremos unidades também de endoscopia, quimioterapia, laboratório,
centro de reabilitação e pronto atendimento”, informou a empresa por meio de
sua assessoria de imprensa.

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