segunda-feira, 21 de julho de 2008

Assembléia nos Correios decide manter paralisação

Economia

Publicado em 15/07/2008



Luiz Gustavo Schmitt e Caio Menezes

Depois de mais uma assembléia, realizada na tarde de ontem, os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) decidiram que vão manter a greve, que já se estende por 15 dias, por tempo indeterminado. Pelo menos 84 milhões de cartas e 360 mil encomendas estão com entregas atrasadas em todo o País.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da ECT do Rio, está sendo respeitada decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), de que 50% dos trabalhadores se mantenham na ativa. A paralisação, no entanto, continuará, por conta do descumprimento do pagamento de um adicional de periculosidade. Os grevistas reivindicam uma gratificação de 30% de adicional, enquanto a empresa instituiu um percentual fixo de R$ 260.

"Há um aumento drástico da violência nas grandes cidades o que se reflete também nos freqüentes assaltos aos carteiros. Eles transportam bens de valor e por isso são alvos dos bandidos. Além disso, há inúmeros casos de trabalhadores coagidos em áreas de risco", disse o diretor de imprensa do sindicato, Marcos Santaguida.

Os trabalhadores queixam-se da imposição de um Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), e ainda, da não revisão do Plano de Participação nos Lucros.

"Não aceitamos o PCCS, pois um dos itens estabelece que, além de ir à rua distribuir correspondências, os carteiros também têm de prestar atendimento nas agências. Se já está difícil para que eles trabalhem nas condições existentes, imagine com o acúmulo de funções? Atualmente, contamos com 105 mil profissionais nos Correios, mas a demanda fica em torno de 120 mil trabalhadores", explicou Santaguida.

A direção da ECT informou, por meio de nota à imprensa, que o adicional de periculosidade para o serviço postal não é amparado pela legislação. Portanto, a ECT precisou desenvolver uma alternativa que remunerasse as atividades de distribuição externa sem ferir as leis.

"Como parte das inovações do novo PCCS, foi implantado o Adicional de Atividade de Distribuição e Coleta (AADC), que contempla todos os empregados que executam tal atividade com um valor fixo de R$ 260", diz o informe.

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