sábado, 12 de abril de 2008

Fies tem novas regras

Diploma de curso superior é um privilégio de poucos. Para tentar reverter esse quadro, o Governo Federal vem criando meios para facilitar o ingresso de jovens em universidades particulares. O Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Financiamento Estudantil (Fies) têm ajudado a diminuir esse déficit. O último, passou por reformulações e, entre as mudanças, amplia em até 100% o financiamento das mensalidades de cursos superiores oferecidos a estudantes atendidos pelo ProUni.

De acordo com a pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), a pedido da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), há mais de 4 milhões de estudantes cursando o nível superior no Brasil atualmente e cerca de 70% deles em universidades pagas. Tal dado representa algo em torno de 2% da população brasileira (cerca de 190 milhões).

Com o intuito de amenizar o déficit de mão-de-obra qualificada – que em algumas áreas, como tecnologia da informação, significa mais de 50 mil profissionais –, o Governo Federal criou, em 1999, o Fies, que beneficia, atualmente, 450 mil estudantes ativos, cerca de 90% deles com renda familiar de quatro salários mínimos (R$ 1.660).

A expectativa do Ministério da Educação e Cultura (MEC) é incluir cerca de 60 mil alunos no programa, com condições melhores de pagamento, isto é, prazo mais longo e juros mais baixos, a partir do segundo semestre desse ano, segundo informou a coordenadora do Fies, Paula Mello.

"A tendência é de ampliação do número de oferta de contratos. Estamos dando prioridade para áreas mais deficitárias, como: as licenciaturas de Química, Física, Matemática e Biologia, as Engenharias, Medicina e Geologia e os cursos superiores de tecnologia. O objetivo é atender a demanda por profissionais qualificados e ao mesmo tempo aumentar a empregabilidade de pessoas que tenham interesse pelas áreas correspondentes", explicou Paula.

De acordo com ela, os estudantes que já têm os contratos em vigor poderão receber os benefícios das mudanças no momento em que fizerem o auditamento (recadastramento) semestral de seus contratos.

Fies passa a cobrir 100% dos custos

No último dia 29, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou mudanças no Fies. Entre as novidades está a ampliação de 25% para 50% do financiamento das mensalidades de cursos superiores oferecidos a estudantes atendidos pelo ProUni com bolsas parciais. Com a mudança, os estudantes que já possuem 50% de desconto sobre o valor da mensalidade por causa das bolsas recebem ainda o direito de financiar o restante das parcelas – completando 100% do valor – cobradas pelas instituições de ensino.

Com as mudanças, o Fies passa a cobrir 100% dos custos do ensino superior assumidos por beneficiários do Prouni e por bolsistas das instituições matriculados em cursos prioritários ou avaliados com notas 4 ou 5 no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). No caso de estudantes não-bolsistas que optarem pelos cursos prioritários, o percentual de financiamento é de 75%.

Para aqueles que optarem por outros cursos ou para bolsistas de cursos que se limitarem ao conceito 3 no Enade não há alteração no percentual anterior, que permanece em 50% do valor das mensalidades.

De acordo com Paula Mello, as mudanças vão ampliar o acesso às bolsas parciais do Prouni e diminuir os problemas enfrentados por aqueles que têm o benefício.

"Muitas vezes, quem ultrapassava a faixa de renda máxima para concessão da bolsa integral não se candidatava porque não tinha condições de pagar a outra parte da mensalidade. Esse público agora vai contar com o Fies para pagar", disse Paula.
Ela ainda lembrou que a opção pelos cursos considerados prioritários, além de oferecer aos estudantes condições melhores de financiamento, ainda dá expectativas melhores de inserção no mercado.

"São áreas onde há carência de profissionais, então, essa política indutora do Ministério da Educação concede para esses cursos um percentual maior de financiamento".

A exigência de fiador foi flexibilizada, podendo ser substituída por uma fiança solidária, em que grupos de até cinco estudantes assumem a responsabilidade pela quitação do seus contratos. Também foi estabelecida uma carência de seis meses após a formatura para o profissional começar a saldar o financiamento. O prazo de pagamento, que era de uma vez e meia em relação ao tempo de duração do curso, foi estendido para o dobro do período utilizado para a formação.

Orçamento – O estudante de Administração da PUC-Rio, Alberto Yamada, de 25 anos, trabalha desde o primeiro semestre do curso para custear a universidade. Sua rotina entre trabalho, faculdade e casa consome um custo alto. Gastos com transporte e alimentação, e ainda, as mensalidades da faculdade.
Após um longo e criterioso processo de avaliação, a Comissão do Fies da PUC-Rio aprovou o benefício para o estudante, que agora só está pagando metade do valor da mensalidade.

"Não será difícil de quitar o empréstimo. Os juros são baixíssimos e terei um prazo de dois anos para pagar", disse.

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O Fluminense

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